Entre dobras que lembram cavalos, rostos, aves, às vezes tenho a sensação de estar diante de práticas rupestres. Aliás, gravar é um ato primitivo de fato. Para o muro, eu pensei em dobras. Aliás, meus pensamentos vêm se ‘desdobrando em dobras’ já há algum tempo. Então resolvi preparar um painel composto por monotipias para a intervenção no muro. A matriz que gerou esse trabalho foi o tecido dobrado. Essa pesquisa de monotipia sobre tecido é um desdobramento de outros projetos que eu vinha realizando em gravura. Agora, ao invés do sulco feito pela goiva, eu tenho a marca deixada pela dobra do tecido. A dobra, assim como o sulco, são os elementos de controle na obtenção das estampas.
“Dobrar-desdobrar já não significa simplesmente tender-distender, contrair-dilatar, mas envolver-desenvolver, involuir-evoluir” (A dobra: leibniz e o barroco, Gilles Deleuze, 1991).
(Manoela Afonso)
2 Comments:
Adorei este blog...
visitarei mais vezes, ta bacana...
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